UNIDADE I - REPRODUÇÃO E MANIPULAÇÃO DA FERTILIDADE

1.Reprodução Humana

        1.1. Sistema reprodutor humano

        1.2. Gametogénese fecundação

        1.3. Controlo Hormonal

        1.4. Desenvolvimento embrionário e gestação

2. Manipulação de fertilidade

        2.1. Métodos contracetivos

        2.2. Reprodução assistida

 

 

      

 

 

 

 

 

 

 

 

  1.1. Sistema reprodutor humano

Reprodutor feminino

O sistema reprodutor feminino é constituído, tal como o masculino por: Gónadas, vias genitais, glândulas anexas e órgãos genitais externos.

As GÓNADAS são glândulas onde se dá a produção das células sexuais (Gâmetas). No aparelho feminino são os ovários  e a célula (gâmeta feminino) é o óvulo.

As VIAS GENITAIS são os canais que transportam os gâmetas. No aparelho feminino são as trompas de Falópio.

Os ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS são os órgãos que intervêm diretamente no ato sexual (VULVA). No aparelho feminino são os grandes lábios, pequenos lábios, clítoris e orifício genital.

 

 

órgãos 

morfologia

fisiologia

GÓNODAS

Ovários

São dois, lado direito e esquerdo e localizam-se na cavidade abdominal parte inferior. Têm forma de amêndoa.

 

Local onde são formados os gâmetas femininos, os óvulos.

VIAS GENITAIS

Trompas de Falópio

São dois canais (direito e esquerdo), estão ligados ao ovário e ao útero. A ligação ao ovário faz-se por uma espécie de funil franjado (pavilhão da trompa)

Canal por onde o óvulo desce do ovário ao útero.

 

Útero

Tem forma de pêra (muito pequena) e liga ao canal vaginal por uma espécie de cilindro  (colo do útero). A parede interna designa-se por endométrio.

Local onde se dá a gestação do feto.

Da descamação das paredes do útero, quando não há fecundação do óvulo, resulta a menstruação.

Vagina

Canal elástico com cerca de 10 a 12 cm. Possui uma camada fina na entrada, o hímen

 

canal onde o pénis é introduzido

ÓRGÃOS  EXTERNOS

 

V

U

L

V

A

Grandes e pequenos

lábios

São pregas de pele. Os pequenos lábios estão tapados com os grandes lábios.

 

proteção da vagina

Clítoris

 Pequeno órgão eréctil que fica no interior dos grandes lábios na parte superior.

 

Órgão de grande sensibilidade

Orifício genital

Orifício que liga o exterior aos órgãos internos

 

Início do canal vaginal

 

 

Estrutura do ovário

 http://wikiciencias.casadasciencias.org/wiki/index.php/Regula%C3%A7%C3%A3o_Sistemas_Reprodutores

 

 http://www.unifesp.br/dmorfo/histologia/ensino/ovario/histologia.htm

 

       

Sistema reprodutor masculino

O sistema reprodutor masculino é constituído, tal como o feminino por: Gónadas, vias genitais, glândulas anexas e órgãos genitais externos.

As GÓNADAS são glândulas onde se dá a produção das células sexuais (Gâmetas). No aparelho masculino são os TESTÍCULOS  e a célula (gâmeta masculino) é o espermatozóide.

As VIAS GENITAIS são os canais que transportam os gâmetas. No aparelho masculino  são os epidídimos, os canais deferentes e uretra.

As GLÂNDULAS ANEXAS são glândulas que segregam substâncias que asseguram o bom "estado" do gâmeta São as vesículas seminais e próstata. Na mulher o aparelho não tem glândulas anexas.

Os ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS são os órgãos que intervêm diretamente no ato sexual. No aparelho masculino é o pénis e o escroto.

 

órgãos

Morfologia

Fisiologia

GÓNADAS

Testículos

Localizam-se na parte externa da cavidade abdominal, parte inferior. Têm forma ovóide e revestidos por uma bolsa, o escroto.

Formação de espermatozóides. O facto de estarem no exterior permite a manutenção da temperatura ideal para a acção do espermatozóide.

VIAS GENITAIS

Epidídimos

São canais todos enrolados e localizam-se na parte superior dos testículos.

Conduzem os espermatozóides dos testículos para os canais deferentes 

Canais deferentes

São 2 canais com cerca de 40cm que "nascem" no epidídimos, atravessam a cavidade abdominal inferior e atravessam a próstata acabando na uretra.

Conduzem os espermatozóides dos canais deferentes para a uretra e onde se dá o amadurecimento dos espermatozóides.

Uretra

Canal ligado à bexiga e onde são ligados os canais deferentes.

Conduz a urina do aparelho excretor e do sémen do aparelho reprodutor para o exterior do corpo.

 

GLÂNDULAS ANEXAS

Vesículas seminais

Duas glândulas que se localizam a cima da próstata na parte posterior da bexiga.

Produzem e armazenam o líquido seminal que é excretado na ejaculação. O líquido produzido alimenta, protege e facilita a deslocação dos espermatozoides.

Glândulas de Cowper

São duas pequenas glândulas situadas por baixo da próstata. Segregam um pouco de líquido que limpa a uretra, neutralizando os resíduos da urina.

Segregam um pouco de líquido que limpa a uretra, neutralizando os resíduos da urina. Esta emissão de líquido produz-se antes da ejaculação, e pode conter espermatozoides vivos.

Próstata

Localizada na parte anterior do reto, glândula de forma ovóide, do tamanho aproximado de uma pequena noz.

Produz o líquido prostático que é expulso na ejaculação também  protege, alimenta e facilita a mobilidade dos espermatozoides.   

ÓRGÃOS EXTERNOS

Pénis

Órgão de forma alongada com cerca de 12 a 14 cm de comprimento. É atravessado pela uretra. Na sua parte anterior é constituída pela Glande que é revestida pelo prepúcio (membrana fina).

Órgão externo que tem como função conduzir os espermatozoides até ao colo do útero.

Escroto

Bolsa que reveste os testículos.

Protege os testículos           

 

 

Estrutura dos testículos

Os lóbulos testiculares ou espermáticos são compartimentos existentes no interior do testículo, existem cerca de 200 a 300 por órgão e no seu interior contém os túbulos seminíferos.

Nas paredes dos túbulos encontram-se as células de Sertoli, células grandes que se encontram deste a periferia até ao lúmen do túbulo. Estas células estão em contacto direto com as células germinativas (originarão os espermatozoides), nutrindo as células germinativas e tendo um papel muito importante na fase final dos gametas masculinos.

Na parte de fora dos túbulos existem as células de Leydig ou células intersticiais que produzem a testosterona (hormona importante na manutenção dos caracteres masculinos e para a formação de espermatozoides).

 

 

1.2. Gametogénese e fecundação

Como aprendeste no ano anterior, o Homem tem um ciclo de vida diplonte em que a meiose e a fecundação são processos essenciais.

Todas as células do corpo humano com exceção dos gametas são células diploides e para a formação dos gametas é necessário que ocorra a meiose. A fecundação origina o ovo, célula diploide que contém informação dos dois progenitores. O número de cromossomas na nossa espécie é 46, sendo 23 oriundos da mãe e 23 do pai.

OOGÉNESE

A oogénese ocorre em 4 fases: multiplicação, crescimento, repouso e maturação.

    Fase da multiplicação -  inicia-se ainda no ovário do feto em que células germinativas – OOGÓNIAS - se multiplicam por mitoses sucessivas. Estas células são diploides, ou seja têm 23 pares de cromossomas, característica do cariótipo humano.

    Fase do crescimento – em cada célula formada na fase anterior, existe síntese proteica, duplicação do DNA e dá-se inicio à meiose I que se desenrola até à prófase I. As oogónias passam a oócitos I (oócitos primários). À volta destas células surgem as células foliculares, folículos primordiais. À medida que o feto se desenvolve, muitas destas células degeneram, restando à nascença cerca de 2000 milhões, número este que vai descendo para cerca de 300 mil com 7 anos de idade.

    Fases de repouso- Os oócitos I envolvidos pelos folículos primordiais permanecem em repouso até à puberdade, altura em que a rapariga retomará a gametogénese, tornando-se fértil.

    Fase da maturação – todos os meses um oócito primário dará origem a um gameta que poderá ser fecundado. As células foliculares primordiais desenvolvem-se, formam uma camada regular e passa a chamar-se células foliculares primárias, com a proliferação destas células forma-se a granulosa e entre esta e o oócito aparece um revestimento transparente que envolve e protege o gameta – zona pelúcia, e ainda se diferencia outra camada externa à zona pelúcia, a teca. O folículo passa a secundário.

As camadas das células foliculares continuam a aumentar e aparecem cavidades com líquido e o folículo passa a terciário.

Estas cavidades continuam a crescer e vão-se unindo umas às outras até formarem apenas uma cavidade, a cavidade folicular. Esta cavidade continua a aumentar porque continua a haver multiplicação das células foliculares e forma-se assim o folículo maduro, ou de GRAAF.

O oócito I, continua a crescer e completa a meiose I (citocinese), dando origem a duas células haploides, uma maior que a outra pela desigual distribuição de citoplasma. Por mês apenas um oócito I completa a meiose I.

A maior célula é o oócito II e a menor a designa-se por primeiro glóbulo polar. O oócito II entra na segunda divisão da meiose e esta para na metáfase II. É precisamente nesta altura que ocorre a ovulação e o oócito II irá passar para o exterior do ovário.

O folículo maduro (Graaf) contacta com a parede do ovário e através de enzimas proteolíticas que contém destrói a parede do ovário e rompe a camada de células foliculares, fazendo com que o oócito II seja captado pelas franjas do pavilhão da trompa, deslocando-se até ao útero. Se não ocorrer a fecundação, esta célula degenerará.

Se ocorrer a fecundação o espermatozoide atinge a célula que parou na metáfase II e esta completará de imediato a meiose II. Formar-se-á duas células, o óvulo (gameta feminino) e o segundo glóbulo polar que irá degenerar dado que findou a sua função (dar mais citoplasma ao óvulo que necessita de mais reservas citoplasmáticas para assegurar a formação de um novo ser e garantir a formação de uma célula haploide, dado que se não tivesse havido citocinese o óvulo seria diploide).

 

A parede do ovário irá cicatrizar e o resto do folículo de Graaf que passa a chamar-se corpo amarelo ou corpo lúteo, degenera se não existir fecundação e se a houver, o folículo ainda dura algum tempo.

Pelo facto de o oócito I permanecer em repouso durante muito tempo e porque a formação de gametas envolve divisões celulares, estas podem, gerar alterações na estrutura e número dos cromossomas, aumentando a frequência para casos em que o oócito I é amadurecido mais perto da menopausa.

Estima-se que ao longo da vida a mulher, desde a puberdade à menopausa, possa formar cerca de 400 a 500 oócitos maduros o que significa que estas são das células do corpo humano que têm maior longevidade.

A formação de um gameta feminino completo, ou seja o óvulo, depende da existência da fecundação, se existir então o oócito II acaba a meiose II, se não ocorrer fecundação a meiose fica no estádio da metáfase II.

 http://www.ebah.com.br/content/ABAAAenkwAA/embriologia

 

ESPERMATOGÉNESE

 

A espermatogénese inicia-se na puberdade ao mesmo tempo que os caracteres sexuais secundários masculinos surgem e se acentuam. É um processo contínuo ao longo da vida do homem e é constituída por 4 fases: Fase da multiplicação, Fase do crescimento, Fase da maturação e de diferenciação.

http://embriologiaufpe.weebly.com/espermatogecircnese.html

Na espermatogénese, as espermatogónias transformam-se em espermatozoides, ao ritmo de milhões por dia. Este processo compreende quatro fases sucessivas: multiplicação, crescimento, maturação e diferenciação.

A partir da puberdade e até ao final da vida formam-se através de mitoses nos testículos células diploides da linha germinativa, as espermatogónias, junto da parede externa dos túbulos seminíferos. As espermatogónias irão transformar-se em espermatozoides em cerca de 64 dias e irá haver produção diária de milhões de espermatozoides.

http://www.sobiologia.com.br/conteudos/figuras/Citologia2/espermatogenese2.JPG

 

Fase de multiplicaçãoas  espermatogónias sofrem mitoses sucessivas.

Fase de crescimento- as espermatogónias aumentam de volume, devido à síntese e acumulação de reservas necessárias para a meiose e o resultado é a formação dos espermatócitos I ou espermatócitos de 1ª ordem (células diploides).

Fase de maturaçãoO espermatócito I  passa pela meiose I (reducional) e reduz para metade o número de cromossomas. O resultado da Meiose reducional forma duas células haploides, os espermatócitos II, nas quais cada cromossoma tem dois cromatídeos. Dá-se a Meiose II (equacional) e formam-se  quatro células haplóides, os espermatídios, com um só cromatídeo por cromossoma.

Fase de diferenciação ou espermiogénese- os espermatídios transformam-se em células altamente especializadas, os espermatozoides, em que o citoplasma do espermatídio é fagocitado pelas células de Sertoli e os organelos citoplasmáticos sofrem uma reorganização em que complexo de Golgi forma uma vesícula, o acrossoma, que armazena enzimas digestivas e se adapta ao núcleo dispostos na cabeça do espermatozoide (núcleo e acrossoma), os centríolos dispõem-se no pólo oposto ao acrossoma e um deles origina os microtúbulos do flagelo e as mitocôndrias dispõem-se na base do flagelo e fornecem a energia que permitirá o movimento do flagelo (capacidade para produzir ATP, energia para deslocação do espermatozoide).

No final desta fase os espermatozoides são libertados para o lúmen dos túbulos seminíferos e daí para os epidídimos, onde termina a sua maturação, tornando-se móveis e com capacidade de fertilização. Posteriormente, os espermatozoides deslocam-se para os canais deferentes, misturando-se com as secreções das vesículas seminais e da próstata e formando o esperma, que é libertado no decurso de uma ejaculação.

A ejaculação ocorre pela contração de músculos das paredes dos ductos, empurra o esperma do epidídimo para os canais deferentes, para o ducto ejaculatório e para a uretra. Os músculos da base do pénis também contraem e o esfíncter entre a uretra e a bexiga contrai, não permitindo a entrada da urina para a uretra em simultâneo com o esperma.

http://www.famema.br/ensino/embriologia/espermatogenese.php

Quando os espermatozoides estão completamente formados deslocam-se para o epidídimo e completam a sua maturação entre 18h a vários dias. Estas células conseguem fecundar um gameta feminino apenas durante 6 dias, se não ocorrer ejaculação, os espermatozoides serão reabsorvidos para que haja espaço para a formação de novo esperma.

  

COMPARAÇÃO ENTRE A OOGENESE E ESPERMATOGENESE

http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Citologia2/nucleo15.php

 

 

FASE DA MULTIPLICAÇÃO

FASE DE CRESCIMENTO

FASE DE REPOUSO

FASE DE MATURAÇÃO

FASE DE DIFERENCIAÇÃO

ESPERMATOGÉNESE

Aumento do número de espermatogónias por mitose.

(ocorre a partir da puberdade)

Aumento do volume das espermatogónias

 

NÃO TEM

Divisão meiótica

(dos espermatócitos I aos espermatídios).

Especialização dos espermatídios aos espermatozoides

OÓGENESE

Aumento do número de oogónias  por  mitose

(ocorre no desenvolvimento embrionário)

Aumento do volume das oogónias

(ocorre no desenvolvimento embrionário, o oócito I fica em prófase I.)

Meiose fica em pausa

(do nascimento à puberdade)

Divisão meiótica

(especialização, conclusão da meiose I e inicio da meiose II)

NÃO TEM

 

 

 

 

 

 

 

 1.3. Regulação do funcionamento dos sistemas reprodutores

          Controlo hormonal

Os sistemas reprodutores são controlados pelo sistema nervoso (Hipotálamo) e hormonal (hipófise e gónadas) através da interação do complexo hipotálamo – hipófise e das gónadas.

http://www.netxplica.com/

O hipotálamo encontra-se ligado ao lobo posterior da hipófise e produz hormonas (hipotalâmicas) que estimulam a hipófise. A hipófise, ou pituitária, é uma glândula endócrina situada na base do encéfalo.

A hormona hipotalâmica GnRH (gonadoptopin-releasing hormone), induz a hipófise a fabricar as suas hormonas sexuais, as gonadotropinas que controlam a síntese da maior parte das hormonas produzidas nas gónadas: hormona luteoestimulina (LH) e hormona foliculoestimulina (FSH).

As hormonas segregadas pelas gónadas femininas e masculinas são a testosterona, estrogénios e progesterona. Estas hormonas são fabricadas em diferentes quantidades na mulher e no homem, predominando na mulher os estrogénios e a progesterona e no homem a testosterona.

 

Controlo Hormonal Masculino

As hormonas hipofisárias FSH e LH atuam no funcionamento dos testículos. A LH estimula as células de Leydig a produzir testosterona e a FSH atua na produção de espermatozoides.

As células Leydig, por indução da hormona hipofisária LH, produz a testosterona. Este processo inicia-se ainda na fase embrionária e é responsável pela diferenciação dos órgãos sexuais masculinos. Durante toda a infância esta hormona mantém-se com níveis baixos. Na puberdade o nível de testosterona aumenta e como consequência dá-se o desenvolvimento dos órgãos sexuais primários e secundários e o início da espermatogénese que será ininterrupta até ao final da vida.

Primários: aumento do tamanho do pénis, dos testículos, das vesículas seminais, dos epidídimos e próstata.

Secundários: aumento da pilosidade, crescimento no geral, alteração da voz, aumento da massa muscular.

Os níveis de Testosterona que devem ser sensivelmente constantes para a produção contínua de espermatozoides, são controlados pelo complexo hipotálamo-hipófise através de um mecanismo de feedback negativo.

Se o nível de testosterona é elevado, esta hormona inibe a produção da hormona do hipotálamo (GnRH) que provoca uma diminuição da libertação das hormonas da hipófise, a FSH e da LH. Havendo uma diminuição destas hormonas no sangue irá provocar uma diminuição da secreção da testosterona.

Se o nível de testosterona é baixo, dá-se o aumento da GnRH que irá induzir uma maior produção das hormonas da hipófise e estas por sua vez irão provocar um aumento da produção de testosterona.

Com este mecanismo o nível de testosterona mantém-se constante.

Os estímulos externos, como fortes emoções, stress, ou internos, como por exemplo doenças, afetam o sistema nervoso, nomeadamente o hipotálamo e condicionam o controlo do sistema reprodutor.

 

Controlo Hormonal Feminino

No embrião os estrogénios estimulam o desenvolvimento dos órgãos sexuais primários: útero, ovários e vagina, e na puberdade, os estrogénios estimulam o desenvolvimento dos órgãos sexuais secundários: regulação do ciclo sexual, desenvolvimento das glândulas mamárias e crescimento no geral.

O Ciclo ovárico é influenciado pelas hormonas da hipófise a LH e FSH e o ciclo uterino (ciclo menstrual) pelas hormonas estrogénio e progesterona. Ao contrário do sexo masculino que tem um funcionamento contínuo, o sexo feminino tem um funcionamento cíclico de cerca de 28 dias, em que se forma apenas um oócito.

Nos ciclos ocorrem transformações nos ovários e útero perfeitamente sincronizados em que as hormonas ováricas (estrogénios e progesterona) atuam no endométrio do útero.

Quando a criança nasce já tem nos seus ovários todos os oócitos primários envolvidos pelos folículos ováricos.

Ciclo ovárico

O ciclo ovário compreende duas fases a fase folicular e a do corpo amarelo ou luteínica.

A fase folicular é estimulada pela FSH que leva ao desenvolvimento de 15 a 20 folículos, embora apenas um chega ao final do desenvolvimento, os restantes degeneram.

A LH estimula a teca (externamente à camada granulosa) a segregar estrogénios. Os estrogénios, durante o ciclo inibem a produção das hormonas hipofisárias LH e FSH, por feedback negativo e estimulam a ação contrária quando os estrogénios estão em máxima concentração, mesmo antes de ocorrer a ovulação por feedback positivo.

A FSH acelera a maturação dos folículos e a LH promove a rotura do folículo ovárico, ovulação, com a consequente saída do oócito II para as Trompas.

 A LH ainda vai atuar nas células foliculares que ficaram no ovário e estas transformam-se no corpo amarelo (ou lúteo).

O corpo amarelo segrega estrogénios e progesterona e estas hormonas irão, por feedback negativo, fazer que haja uma diminuição de GnRH (hormona hipotâlamica) e consequentemente, uma diminuição de LH e FSH (hormonas hipofisárias). O corpo amarelo, se não houver fecundação, atrofia e deixa uma pequena cicatriz na parede do ovário.

Em simultâneo estão a ocorrer alterações no útero que são influenciadas pelo funcionamento do útero.

Com o atrofiamento do corpo lúteo, há uma redução do estrogénio e progesterona e obriga à descamação das paredes do endométrio, esta é a fase MENSTRUAL. Os vasos sanguíneos da parede uterina rompem e provoca uma hemorragia a qual se juntam os produtos resultantes da descamação do útero dando origem à menstruação.

Com a degeneração do corpo lúteo, mais uma vez, por mecanismos de feedback negativo, há indução de produção da GnRH que por sua vez leva ao aumento da FSH e LH, iniciando-se um novo ciclo ovárico.

Com o aumento dos estrogénios dá-se a regeneração do endométrio, aumento a vascularização  e um espessamento da parede uterina (perdidas na menstruação anterior). Esta etapa ocorre ao mesmo tempo da fase folicular ovárica e chama-se de fase PROLIFERATIVA.

Prossegue-se o aumento do endométrio e o colo do útero produzem o muco cervical, substância alcalina, que atua como filtro contra o ataque de microrganismos. Este muco condiciona a sobrevivência dos espermatozoides sendo que no início da foliculogénese os estrogénios estão baixos e o muco fica espesso dificultando a passagem dos espermatozoides e na fim da foliculogénese os estrogénios estão elevados e o muco torna-se elástico, facilitando a passagem dos espermatozoides e permitindo a fecundação.

O corpo amarelo continua a produzir estrogénios e progesterona estimulando o desenvolvimento das paredes uterinas (5 a 6 mm de espessura), maior vascularização e o desenvolvimento de glândulas secretoras de glicogénio para poder receber o embrião, caso tenha havido fecundação. Chama-se a esta fase, fase SECRETORA.

As fases cíclicas ocorrem até que haja um esgotamento dos folículos ováricos, que corresponde à menopausa.

 http://www.famema.br/ensino/embriologia/img/gametogenese/ovogenese/primeirassemanassubir6.gif

http://wikiciencias.casadasciencias.org/wiki/index.php/Regula%C3%A7%C3%A3o_Hormonal_dos_Sistemas_Reprodutores

https://online.science.psu.edu/biol011_active002/node/4327~

       

 

 

 

 

 

1.4. Desenvolvimento embrionário e gestação

Como ocorre a fecundação?

Dos 300 milhões de espermatozoides que saem na ejaculação, 200 milhões atingem o útero e apenas um fecunda o oócito II, este processo de mobilidade é facilitado pelo muco uterino.  Se houver fecundação, é nas trompas de Falópio que se forma o ovo, a sensivelmente 1/3 de distância da trompa. O espermatozoide é atraído para o oócito II através de uma substância segregada pelas células foliculares que rodeiam o oócito II. Estima-se que o percurso do espermatozoide leve cerca de meia hora para atingir as trompas. O oócito que foi libertado na ovulação é deslocado através dos cílios existentes na trompa e de fluidos aí existentes (ele não se desloca, deslocam-no).

Os espermatozoides que conseguem penetrar as células foliculares, atingem a zona pelúcia (zona gelatinosa que protege externamente oócito) e ligam-se a ele por recetores específicos. Esta ligação desencadeia a reação acrossómica em que se dá a exocitose das enzimas do acrossoma (que reveste a parte anterior da cabeça do espermatozoide), e estas irão digerir a zona pelúcia, fazendo com que um espermatozoide atinja a membrana do oócito II e possa ocorrer a fusão dos dois gametas. Esta fusão deve-se aos recetores existentes na membrana do espermatozoide serem reconhecidos na membrana do oócito II, esta especificidade permite que a fecundação só ocorra em seres da mesma espécie.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Reac%C3%A7%C3%A3o_across%C3B3mica#mediaviewer/Ficheiro:Acrosome_reaction_diagram_en.svg

As membranas dos dois gametas fundem-se, o núcleo do espermatozoide entra no oócito e o flagelo acaba a sua função e degenera. Meio minuto depois da fusão o oócito reinicia a Meiose II e conclui a meiose, dá-se a formação de duas células, um óvulo e uma célula mais pequena (menos citoplasma), segundo glóbulo polar, que acabará por degenerar. A membrana do óvulo torna-se impermeável a outros espermatozoides que acabam por morrer.

O núcleo haploide do óvulo e o núcleo do espermatozoide recebem, prospectivamente, os nomes pronúcleo feminino e pronúcleo masculino, a fusão dos núcleos forma um núcleo diploide ao centro do óvulo com 23 pares de cromossomas homólogos e a nova célula é o ZIGOTO. Através de mitoses sucessivas dá-se a multiplicação de células e dá-se início à fase embrionária.

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http://www.cubadebate.cu/noticias/2011/06/11/35-fotogramas-de-vida-fotos/#.U901lfldXE0

Com a união desses núcleos temos a formação da célula-ovo ou zigoto e o início do desenvolvimento embrionário.

Na fecundação, o espermatozoide fornece para o zigoto o núcleo e o centríolo. As mitocôndrias dos espermatozoides desintegram-se no citoplasma do óvulo. Assim, todas as mitocôndrias do corpo do novo indivíduo são de origem materna.

Muitas doenças causadas por mutações no DNA mitocondrial  são transmitidas diretamente das mães para seus descendentes. A análise do DNA mitocondrial tem sido usada em testes de maternidade para verificar quem é a mãe de uma criança.

 

Desenvolvimento embrionário

Desde a fecundação ao nascimento decorrem cerca de 40 semanas. Embora todo o processo seja contínuo pode-se distinguir duas etapas de desenvolvimento: o desenvolvimento do embrião – desde a fecundação até à diferenciação de todos os órgãos (esboço) e que leva cerca de 8 semanas e o desenvolvimento do embrião que decorre desde as 8 semanas ao nascimento.

A fecundação ocorre, como já se referiu, nas trompas e o embrião vai migrar para o útero através das contrações das paredes e dos cílios. O embrião tem uma forma esférica, aparentando-se com uma amora e daí tomar o nome de MÓRULA (ao fim de 3 dias).

Ao fim de 4 dias o embrião atinge o útero, as divisões mitóticas continuam e as células começam a organizar-se formando dois grupos celulares: massa celular interna que dá origem ao novo ser a que se dá o nome de BLASTOCISTO e Trofoblasto que promove a digestão das células do endométrio.

 http://www.med1.com.br/artigos/clivagem-e-implantacao

 http://www.10emtudo.com.br/aula/ensino/gravidez/

O embrião implanta-se nas paredes do endométrio (NIDAÇÃO) de onde vai receber nutrientes, nesta fase. Este processo é delicado pois o embrião tem de ter atingido um determinado desenvolvimento e as paredes do endométrio tem de estar preparado para o receber.

Continua o desenvolvimento do embrião e por processos complexos o blastocisto forma anexos embrionários e vai começar a migrar e constituir três camadas que por sua vez, irão dar, por diferenciação celular, origem a diferentes estruturas: a endoderme, camada mais interna; a mesoderme, camada intermédia e ectoderme, camada mais externa.

A Ectoderme originará o sistema nervoso, órgãos dos sentidos e epiderme.

Blastocisto implantado no endométrio

A mesoderme irá constituir o esqueleto, músculos, sistema reprodutor, sistema excretor e sistema circulatório.

A endoderme irá formar o sistema respiratório, o fígado e pâncreas e a ainda o revestimento do tubo digestivo.

Os anexos embrionários são importantes no desenvolvimento do embrião mas não fazem parte dele e irão persistir até ao nascimento e são eles o âmnio, o córion, o saco vitelino, o alantoide e a placenta.

O saco vitelino e o alantoide não têm significado no desenvolvimento dos mamíferos, e irão no saco vitelino, originar as primeiras células sanguíneas e primeiras células germinativas de gametas e o alantoide (localizado no cordão umbilical) originará parte da bexiga do embrião.

O âmnio vai envolver o embrião criando uma cavidade que ficará cheia de líquido amniótico que tem como função proteger o embrião dos choques térmicos e mecânicos.

A placenta tem forma discoide e é seletiva, deixando passar o oxigénio, nutrientes e anticorpos para o feto e deixar passar o dióxido de carbono, excreções e produtos metabólicos para a mãe. O sangue materno e do feto não contactam diretamente existindo uma barreira de células a separar e a placenta comunica com o embrião através do cordão umbilical.

O córion formado a partir do trofoblasto é a porção embrionária da placenta.

 http://gimo10.blogspot.pt/2013/09/anexos-embrionarios.html

O primeiro trimestre de gestação é onde ocorrem as modificações mais significativas e onde ocorrem três processos: crescimento (devido a sucessivas divisões mitóticas), morfogénese (organização dos tecidos que se diferenciam em estruturas especificas, consequência de divisões mitóticas desiguais em que algumas células têm ciclos de divisão mais rápidos) e diferenciação (especialização das células).

Findas as 8 semanas de gestação, a grande maioria dos órgãos está esboçada e na sua posição final. O embrião já se aparenta com uma pessoa e passa a designar-se por feto.

O feto passa agora, no segundo trimestre, por uma série de transformações que levam à maturação dos órgãos e ao crescimento e proporções do corpo.

Às 14 semanas o feto já tem 16 cm de comprimento, com 20 semanas tem cerca de 26 cm e pesa cerca de meio quilo. Com o desenvolvimento do sistema nervoso o feto manifesta comportamentos e a mãe já sente os movimentos do feto. Os olhos abrem e os dentes estão já me formação.

No último trimestre que decorre entre as 26 semanas e as cerca de 40 semanas, o feto aumenta de peso e de tamanho.

Os aparelhos circulatório e respiratório começam a adaptar-se para a vida no exterior, permitir a respiração autónoma. O feto adquire a capacidade de regular a temperatura do corpo.

Com o crescimento do feto, o espaço uterino fica totalmente preenchido e o feto move-se menos.

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Mecanismos que controlam o desenvolvimento embrionário  - alterações hormonais

A hormona gonodotropina coriónica humana (HGC) que atua no corpo amarelo é produzida pelo embrião numa fase inicial, no trofoblasto. Esta hormona atua no corpo amarelo induzindo a produção de estrogénios e progesterona muito importantes na manutenção do endométrio, desenvolvimento e manutenção das glândulas mamárias, não permitindo que haja nova evolução folicular.

Para além disto o estrogénio auxilia a expansão do útero, um aumento acentuado do crescimento do sistema vascular do útero, dilatação dos órgãos sexuais externos e do orifício vaginal e provavelmente um certo grau de relaxamento dos ligamentos pélvicos que permitem a passagem do feto e promove a deposição nas mamas de quantidade de gordura, que rondam o meio quilo. 

A progesterona, para além de exercer as funções anteriormente referidas, não permite as contrações do útero, não permitindo assim, que haja expulsão do embrião, torna disponível quantidade adicionais de nutrientes que ficam armazenadas no endométrio para o feto (glicogénio e aminoácidos).

O facto da existência de grandes níveis de HGC no inicio da gravidez permite à mãe detetar se está grávida, através de um simples teste de gravidez que mede a quantidade de HGC na urina (as hormonas são eliminadas na urina).

Para além do efeito da hormona explicado anteriormente é de salientar a sua importância na interrupção do ciclo menstrual. Por retroação negativa no complexo hipotálamo-hipófise na  ação desta enzima diminui a quantidade de LH e FSH inibindo um novo ciclo ovárico.

Ao fim das 8 a 10 semanas a uma diminuição da HGC e o corpo amarelo (muito importante até aqui) degenera e a produção de estrogénios e progesterona fica agora a cargo da placenta.

No final das 40 semanas, no trabalho de parto, começa-se a sentir fortes contrações das paredes musculadas do útero para a expulsão do feto que estão diretamente relacionados com o teor de hormonas existentes no final da gravidez.

A produção placentária de estrogénio e progesterona começa à 8ª semana, depois da dhttp://www.med1.com.br/artigos/clivagem-e-implantacaoegeneração do corpo amarelo e aumenta após a décima sexta semana, atingindo o seu máximo pouco antes do nascimento do feto. Só para se ter uma ideia da quantidade destas hormonas em relação ao ciclo menstrual, o estrogénio aumenta cerca de 30 vezes e a de progesterona cerca de 10 vezes.

A dominância do teor de estrogénios em relação ao teor de progesterona, no final da gravidez, estimula as contrações do miométrio (camada muscular do útero). O estrogénio induz a formação de recetores à hormona hipotalâmica – Oxitocina, produzida no final da gestação e libertada pela hipófise. A Oxitocina irá estimular contrações uterinas mais fortes e rítmicas o que levará à expulsão do bebé para o exterior. A oxitocina funciona através de um mecanismo de retroação positiva: a Oxitocina ao originar as contrações estimula a libertação de mais oxitocina. 

O leite materno

As mamas da mulher começam a ser preparadas para a amamentação durante a gravidez, mas a produção do leite, em geral, só tem início após o parto. Quando a criança nasce a hipófise liberta grandes quantidades da hormona prolactina. Esta hormona só é libertada com baixos níveis de estrogénio e progesterona, é por esta razão que a secreção do leite só ocorre depois do nascimento (mecanismo de retroação negativa: Elevados teores de estrogénio e progesterona inibem o hipotálamo que inibe a hipófise anterior de produzir a prolactina).

A prolactina entra na corrente sanguínea e vai agir nos alvéolos mamários. Estas células já nascem programadas para produzir leite assim que receberem um comando do organismo, a prolactina.

O leite produzido nos alvéolos segue pelo interior do seio por uma rede de canais chamados ductos lactíferos. Eles terminam em pequenos reservatórios, os lóbulos, que ficam bem abaixo das aréolas dos seios. Cada mama tem entre 15 e 20 lóbulos.

Dos lóbulos, o leite flui para a boca do bebé pelos poros mamilares. Cada seio possui de dez a 15 desses poros por onde o leite sai.

Só a sucção da criança não é suficiente para extrair todo o leite. Mas, o bebé ao sugar estimula terminações nervosas do mamilo que se ramificam até ao cérebro que ativam a hipófise.

A oxitocina provoca contrações nos músculos mamários que "espremem" os alvéolos e os lóbulos e o leite flui para o bico do seio para alimentar a criança.

Durante 1 a 4 dias as glândulas mamárias segregam um líquido rico em proteínas e anticorpos que protegem a criança nas primeiras semanas de vida, é o colostro. O leite é mais rico em lípidos e glícidos.

http://comunidadeams.wordpress.com/2013/09/04/leite-materno-o-alimento-que-ja-vem-completo-na-melhor-embalagem-e-pronto-para-o-consumo/

 

 

 

 

 

 

 

2. Manipulação da fertilidade

        2.1. Métodos contracetivos

A contraceção é o conjunto de todos que previnem a gravidez. Existe uma grande diversidade de métodos que impedem de uma maneira mais ou menos eficiente a gravidez não desejada.

Há métodos naturais e não naturais, nestes há os hormonais, os de barreira, os que impedem a nidação, e a esterilização.

Entende-se por métodos contracetivos todos aqueles que evitam uma gravidez e podem auxiliar na proteção das doenças sexualmente transmissíveis.

Genericamente, dividem-se em naturais e não naturais.

Os naturais são: o método do calendário, o da temperatura, o do muco cervical, abstinência e do coito interrompido.

Método do Calendário

Consiste em conhecer o seu ciclo menstrual. Durante, aproximadamente, um ano a mulher deve marcar no calendário os dias que vão desde o ultimo dia do período menstrual até ao primeiro dia do ciclo do mês seguinte. Se o período for regular, e isso vê-se através dos registos mensais que têm o mesmo número de dias. Para calcular os dias em que a mulher está fértil, fazem-se as contas da seguinte forma: divide-se o número de dias entre as duas menstruações por dois e soma-se e subtrai-se 3 dias ao número encontrado, o que dará 7 dias (3 antes, mais o dia encontrado e mais 3 depois). Durante este período de tempo a mulher estará no seu período fértil.

Para mulheres que não são regulares, as contas são feitas da seguinte forma: vê-se no calendário o período de tempo mais longo 11 dias e ao mais curto 18 dias, os números obtidos são exatamente o intervalo de tempo em que a mulher está no seu período de ovulação.

É um método falível!

Método da Temperatura

Consiste em medir a temperatura todos os dias, logo pela manhã, antes de se levantar ou fazer algum esforço muscular. A temperatura deve ser tirada sempre com o mesmo termómetro na boca, reto ou vagina. A temperatura do corpo vai variando ao longo do mês subindo cerca de 0,3 a 0,8ºC no período fértil (ovulação).

Não basta um mês para que a mulher tenha o conhecimento suficiente da temperatura do seu corpo, pelo que terá de o fazer durante alguns meses.

É um método muito falível dado que a temperatura do nosso corpo pode alterar-se com uma simples constipação.

Muco Cervical

O Muco cervical é produzido pelas glândulas do colo do útero e que tem como finalidade facilitar a chegada dos espermatozoides ao útero. A textura deste muco varia ao longo do mês. Na altura da ovulação tem uma aparência de clara de ovo sendo também mais elástica que nos restantes dias.

Este método exige que a mulher observe diariamente a aparência do seu muco, a mulher deve verificar todos os dias a aparência do seu muco mas que pode facilmente ser confundido com algum corrimento.

É um método falível.

Abstinência sexual

É, por e simplesmente, não ter relações sexuais.

Excelente método!!!! 100% eficaz!!!!! :-)

Coito interrompido

É o método, altamente falível, que consiste na retirada do pénis na vagina, antes da ejaculação. Não pode ser considerado um método de contraceção mas sim uma prática muito falível. Não esquecer que antes do homem ejacular, é produzido no homem um fluido de limpeza da uretra que pode conter alguns espermatozoides.

Não naturais

Os métodos não naturais podem-se subdividir em métodos de barreira, hormonais, Dispositivo intrauterino e cirúrgicos.

Os métodos de barreira são: o Preservativo masculino, o feminino, o diafragma, o espermicida e a esponja vaginal

Preservativo masculino

É de todos o mais conhecido e utilizado. Tem uma falha de cerca de 5 a 10% com maior incidência nos mais jovens. É de longe o método contracetivo indicado na prevenção das DST's, mas devido ao facto de não ser 100% eficaz, deve ser utilizado com recurso a outros métodos. É acessível em termos de preço e de lugar de aquisição.

Modo de utilização:

1- A utilização do preservativo deve ser feito, sempre, antes de haver algum contacto do pénis com a vagina, dado que o líquido seminal pode conter alguns espermatozoides

2-desenrolar todo o preservativo sobre o pénis ereto mas deixando cerca de 2cm na ponta (sem ar) para servir de reservatório na ejaculação.

3- Após a ejaculação segura-se na base do preservativo para que não haja perigo de derramamento de sémen. O preservativo tem de ser retirado enquanto o pénis se mantém em ereção. Dá-se um nó e coloca-se no lixo, nunca no wc.

Preservativo feminino

É igualmente um método que previne contra as DST's no entanto a taxa de sucesso é menor que a do preservativo masculino. É relativamente de custo elevado e algumas mulheres têm alguma dificuldade na colocação.

Diafragma

É uma espécie de tampinha côncava que se coloca na vagina e que tapa o colo do útero. Existem várias medidas, consoante a mulher. Não é muito eficaz nem previne as DST's.

Espermicida

Os agentes espermicidas são colocados na vagina cerca de 10 a 15 minutos antes da relação. Têm como objetivo imobilizar e destruir os espermatozoides. Não é eficaz pelo que deve ser utilizado com outros métodos.

Esponja Vaginal

É uma esponja que se coloca antes da relação e tem como objetivo absorver o sémen. Está embebido em espermicida que destrói e inativa os espermatozoides. Não é Eficaz nem previne as DST's.

Dispositivo intrauterino

O dispositivo intrauterino, também conhecido por DIU, só pode ser colocado em mulheres que já tiveram filhos, dado que o útero destas é de maior dimensão.

É colocado no útero e impede que ocorra a nidificação do óvulo ou que o ovo se prenda ao endométrio. Alguns dispositivos libertam hormonas para os tornar mais eficientes. Podem ter várias formas e é o médico que o coloca na altura do período menstrual. Pode ter uma duração de 5 anos.

Os métodos hormonais são: a pílula o anel vaginal, adesivo contracetivo, pílula intravaginal, injetáveis e implantes.

A pílula

Existem vários tipos de pílulas. São chamadas de combinadas, dado que apresentam 2 tipos de hormonas o estrogênio e a progesterona e podem ser monofásicas, difásicas ou trifásicas, consoante a quantidade de hormonas que têm. A monofásica tem a mesma quantidade de hormonas em todos as pílulas do mês, e bifásicas e trifásicas porque a quantidade das duas hormonas é variável ao longo do mês. Só o médico poderá indicar qual a melhor pílula para cada mulher e prescrevê-la.

A pílula é um método, se bem utilizado, com uma eficácia na ordem dos 99% na contraceção e 0% na prevenção das DST's. Pode ajudar na diminuição do ciclo menstrual e torna-o menos doloroso.

Anel vaginal

É um anel que se coloca mensalmente (3 semanas e descansa uma) que liberta hormonas gradualmente. À semelhança com a pílula o anel contem os dois tipos de hormonas, o estrogênio e a progesterona.

Pílula intravaginal

É semelhante à pílula mas em que o local onde se insere o comprimido é na vagina. Está indicado para pessoas com problemas gástricos. A assimilação das hormonas é mais eficiente na mucosa vaginal e vai diretamente para a corrente sanguínea.

Injetáveis

São injeções que podem ser mensais ou trimestrais que contem hormonas femininas, a Depo-provera.

É um método muito eficaz no entanto se a mulher resolver engravidar, pode ter de esperar até um ano para o conseguir fazer. A mulher fica quase sem fluxo menstrual.

Implantes

É um bastonete que é implementado por baixo da pele e que liberta progesterona. Esta contraceção pode durar de 3 a 5 anos. O seu implante é relativamente fácil no entanto a sua retirada é bem mais difícil. É muito eficaz.

Métodos cirúrgicos (irreversíveis)

Laqueação das trompas e Vasectomia - ambos os métodos são indicados para quem tem a certeza que não quer ter filhos, dado que é irreversível. Consiste no bloqueio dos canais deferentes, no caso do homem, e das Trompas de Falópio, no caso da mulher.

Contraceção de emergência (não é um método de contraceção!!!!)

Como o nome indica deve ser apenas utilizado em caso de emergência num período máximo de 72h após a relação desprotegida.

Contém grandes quantidades de hormonas pelo que pode causar efeitos colaterais.

 

ver http://www.contracecao.pt/

 

 

        2.1. Reprodução assistida

A reprodução assistida, ou fecundação assistida, compreende duas técnicas: a inseminação artificial, isto é, a introdução de forma artificial dos espermatozoides no aparelho genital feminino, e a fecundação in vitro, ou seja, a extração do óvulo da mulher e sua fecundação externa. Estas técnicas têm por finalidade a procriação, e também o controle ou tratamento de doenças genéticas.

A inseminação artificial já há muito que é utilizada para a obtenção de determinadas características nos animais. Hoje, é também utilizada nos seres humanos, com vista a resolver problemas de infertilidade.

Quando o homem é estéril mas a mulher pode engravidar, pode-se recorrer à inseminação artificial através de um dador de esperma, este será introduzido na vagina da mulher na altura do período da ovulação.

Se a mulher for estéril, ou correr o risco de transmitir ao seu descendente alguma anomalia genética, a inseminação artificial pode também ser utlizada, mas neste caso é o homem o dador de esperma e doa-o a uma mãe que se oferece para ser portadora (barriga de aluguer).

Se o problema de fertilidade não tem a ver com os gametas, mas com problemas patológicos ou morfológicos, por exemplo, as mulheres com as trompas de Falópio parcial ou totalmente obstruídas, em que os espermatozoides não podem juntar-se ao óvulo para o fertilizar, pode-se, então, recorrer à fertilização in vitro.

 

http://www.meduniversitario.com.br/noticias/img/12050c.jpg

 

Procedimento:

Faz-se a colheita de vários oócitos da mulher, que são colocados num recipiente especial onde são fecundados por esperma cedido pelo parceiro. Depois de permanecerem em incubação vários dias, um ou mais oócitos são implantados no útero da mulher. Esta técnica tem uma taxa de sucesso que ronda os 35% de sucesso. Para esta taxa de sucesso seja possível, e dado que a mulher mensalmente tem apenas um oócito maduro, é ministrado à mulher através de injeções, substâncias que vão atuar nos ovários de forma a amadurecer mais que um oócito.

A fecundação in vitro permite que o óvulo de uma mulher seja fecundado pelo esperma de um dador, que um óvulo de uma dadora possa ser fecundado pelos espermatozoides do companheiro e inclusivamente que o embrião resultante possa ser implantado no útero de outra mulher ( mãe de aluguer).

Em 1978 o obstetra Patrick Steptoc e o biólogo Robert Edwards “criaram” o primeiro bebé “proveta” a bebé Louise Brown. Desde então  mais de 40 000 bebés nasceram, em todo o mundo. Tem-se assistido a um grande avanço de técnicas de reprodução assistida nos países mais desenvolvidos, no entanto a aplicação trouxe consigo problemas de várias ordens (ética, religiosa, jurídica, social…).

 

 

 

http://gimo10.blogspot.pt/2013/09/anexos-embrionarios.htm